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368 – janeiro 1993
Notícias
Relatório
anual sobre
As
Finanças da Santa Sé - 1991
Periodicamente
reúne-se uma
Comissão Internacional de Cardeais encarregados das finanças da Santa Sé, para
fazer o balanço de receitas e despesas do exercício findo. Ao término da sessão
é publicada uma Comunicação sobre a situação financeira do governo central da
Igreja.
Aos
22-23/06/92 ocorreu
mais uma dessas reuniões, da qual foi dado ao público o seguinte relatório, que
é extraído da edição portuguesa de L'Osservatore
Romano datada de 5/7/92,
p. 11:
"Nos
dias 22 a 23
do mês de junho, realizou-se
no Vaticano, sob a presidência do Cardeal
Ângelo Sodano, Secretário de Estado, a reunião do Conselho de Cardeais para o
estudo dos problemas organizativos e econômicos da
Santa Sé.
Nela
tomaram parte os Cardeais Paul Zoungrana, Eugênio de Araújo Sales, Jaime L.
Sin, Ernesto Corripio Ahumada, Joachim Meisner, Angel Su-quia Goicoechea, Paulo
Tzadua, Albert Decourtray, John Joseph CConnor, Edward Bede Clancy, Reger Michael
Mahony e Camillo Ruini.
Também
estavam presentes o Cardeal Edmund Casimir Szoka, Presidente da Prefeitura dos
Assuntos Econômicos, e
o Cardeal Rosalio José Castillo Lara, Presidente da Administração do Patrimônio
da Sé Apostólica e da Pontifícia Comissão para o Estado da Cidade do Vaticano.
O Cardeal Szoka
apresentou o balanço da Santa Sê relativo a 1991.
O
déficit foi de 100.747.536.372 liras
(equivalentes a US$ 87.526.257,54, ao
câmbio de HL 1.151,55 por
dólar), derivante da diferença entre as despesas: 226.025.997.615
liras (US$ 196.364.202,94),
e as entradas: 125.278.461.243
(US$ 108.837.945,40).
O
mencionado déficit, inferior às previsões, graças ao aumento das entradas foi
coberto com as ofertas do Óbulo de São Pedro e com as entradas segundo o cân.
1.271, do Código de Direito Canónico, (1)
que no ano de 1991 amontaram a um total de US$ 62.355.495,21, com uma parte do
excesso de exercício do Governadorato da Cidade do Vaticano, igual a liras
4.170 milhões, e com os contributos especiais dados por Instituições e
Fundações.
O
balanço ainda não prevê reservas para o Fundo de Pensões para o. Pessoal da Santa Sé, cujo amontar reentra
nas despesas do ano. A 31 de dezembro estavam em
serviço 2.330 pessoas. Os pensionados eram 900.
Reconheceu-se
com satisfação o constante aumento do Óbulo de São Pedro e das ofertas que os
Bispos enviaram à Santa Sé, em conformidade com o cân. 1.271 ("Em razão do
vínculo da unidade e da caridade, os Bispos, segundo as possibilidades da sua
diocese, ajudem a fornecer os recursos de que a Sé Apostólica necessita, de
acordo com as condições dos tempos, para que ela possa prestar o devido serviço
à Igreja universal").
A
reunião encerrou-se com uma carta aos Bispos de todo o mundo, na qual se
agradece, por intermédio deles, a quantos contribuíram com o seu auxílio
econômico para o sustento das Repartições centrais que colaboram com o Santo
Padre na sua missão de Pastor da Igreja universal".
=-=-=
Como
se vê, a Santa Sé é deficitária. Compete-lhe enfrentar despesas de vulto para convocar
e realizar encontros dos membros de suas numerosas Comissões Internacionais
dedicadas ao estudo de diversos problemas e desafios da hora presente. Além
disto, as exigências da vida contemporânea são cada vez mais minuciosas,
impondo sempre a qualquer sociedade atualizada a necessidade de grandes
recursos. Em conseqüência, a Santa Sê tem
sido sustentada pelos fiéis esparsos pelo mundo inteiro e solidários com as
intenções apostólicas da Igreja.
Dom Estêvão Bettencourt O.S.B.
(1)
Reza o cânon 1271:
"Em razão do vínculo da unidade e da caridade, os Bispos, segundo as
possibilidades de sua diocese, ajudem a fornecer os recursos de que a Sé
Apostólica necessita, de acordo com as condições dos tempos, para que ela possa
prestar o devido serviço à Igreja universal" (Nota da Redação).