SOMOS
SALVOS NA CRUZ OU NA RESSURREIÇÃO DE CRISTO?
Não há
dúvida que a Igreja Católica baseia a salvação no sacrifício de CRISTO, e nas
Verdades de Fé que esse fato produziu.
Mas,
nos círculos protestantes, ainda se discute se nossa Redenção estaria no sacrifício
ou na ressurreição de Jesus.
Ensinos
se proliferam, afirmando que o sacrifício de Cristo não seria suficiente não
fosse a ressurreição, vez que Jesus tomando nossa Natureza Humana, morreria
naturalmente:
(http://www.pibitaparica.org.br/pastorais)
Outros,
defendem que a Paixão de Cristo no Martírio fora uma derrota, uma maldição,
algo para ser esquecido e desprezado:
(https://www.youtube.com/watch?v=mJM6s0e5JnU)
Ora,
afirmar que a morte sacrificial de Cristo não produziu efeito válido para
salvação, é pecar contra a verdade divinamente revelada, criando SÉRIO RISCO DE
CONDENAÇÃO ETERNA, por negar o valor do sacrifício que nos salva.
A
Paixão de Cristo e sua ressurreição exercem papéis distintos no Plano Redentor,
como causa (paixão) e efeito (ressurreição).
Mas é
certo que TODA CAUSA, é sempre SUPERIOR ao seu EFEITO.
O ato
de salvar implica necessariamente santificar e justificar.
Pela
santificação, nossa vontade imperfeita é ordenada à Vontade Perfeita de Deus,
para que Ele nos torne partícipes das suas Virtudes.
Por
isso, somos chamados à santidade:
“A
exemplo da santidade daquele que vos chamou, sede também vós santos, em todas
as vossas ações, pois está escrito: SEDE SANTOS, porque eu sou santo” (1Pe
1,15-16).
Enquanto
santificados, somos justificados e readquirimos o estado originário de Justiça
que perdemos em Adão, pelo qual nos é permitida a Comunhão e a Visão de Deus,
não mais em enigma, mas na Beatitude máxima cabível aos seres criados.
Santificar
e justificar implicam na PURIFICAÇÃO dos PECADOS, e tal só ocorre por ATO
DIVINO.
Mas
esse Ato que retiraria o pecado do mundo e do gênero humano, convinha ter NATUREZA
SACRIFICIAL, porque Deus é também a RETA JUSTIÇA.
O
caráter reparatório da Justiça Equânime, almeja suprir um dano por um ganho.
E só
assim a Justiça se aplaca, na entrega de Bem Valioso para compensar a ofensa
danosa, pois do contrário, não haveria justa satisfação.
Sendo
Deus o Justo Juiz, não abriria mão, não renunciaria a sua Justiça por causa da
Misericórdia. Antes, em sua Perfeição Infinita, ELE HARMONIZA A MISERICÓRDIA
COM A JUSTIÇA, absolvendo o pecador, sem deixar de satisfazer o débito o qual
pecador nenhum jamais poderia saldar.
Em
razão disso, O Verbo de Deus que é o Cordeiro, se Encarnou em nossa Natureza
Humana, pois o gênero que pecou deverá saldar a dívida causada pelo seu pecado.
Mas,
além da Natureza Humana, a Vítima Sacrificial (Cristo), haveria ainda de ter Natureza
Divina, pois só o que é Deus é digno e compatível de oferta a Deus.
Ensina
Santo Tomás:
“Também
a Justiça depende da Vontade Divina, que exige do próprio gênero humano, a
satisfação pelo pecado. (Suma Teológica, Q 46, art. 2º da Paixão de Cristo, ano
1.250)
E
prossegue:
“Embora
o diabo tivesse atacado o homem injustamente, contudo o homem, por causa do
pecado, fora justamente entregue por Deus à escravidão do diabo. Por isso, foi
conveniente que, pela justiça, o homem fosse liberado da escravidão do diabo.
Satisfazendo o Cristo por Ele, com sua Paixão, venceu o diabo e liberou o homem,
não pelo só poder da Divindade, mas também pela justificação e pela humilhação
da Paixão, como diz Agostinho.” (Suma Teológica, Q 46 art. 3º Paixão de Cristo,
ano 1250)
Na
Antiga Aliança, o sacrifício expiatório que tirava o pecado era realizado pela
MORTE dos cordeiros animais primogênitos, os quais prefiguravam o sacrifício do
Cordeiro de Deus:
“IMOLARÁS
um NOVILHO em SACRIFÍCIO expiatório pelo pecado; por esse sacrifício TIRARÁS O PECADO
do ALTAR, (Êx. 29. 36)”
Com a
Paixão de Cristo, que é o Sacrifício Maior, Perfeito e Suficiente para nos
livrar do pecado, aboliu-se o arcaico culto simbólico (incompleto e imperfeito)
de expiação e purgação dos pecados, mediante sacrifícios animais:
“Eis o CORDEIRO
DE DEUS, que TIRAIS O PECADO DO MUNDO!” (São João 1. 29)
Nota-se
pelo versículo, que o “tirar o pecado do mundo” é uma função de Cristo enquanto
na condição de “Cordeiro,” o que aponta que a purgação humana, só se realiza no
ato de imolação.
E uma
vez realizado o sacrifício, não seria possível de outro modo entender a
libertação do gênero humano do pecado.
Na
Cruz, Deus toma do homem a velha natureza para morrer nela, com isso,
matando-a, faz também morrer o pecado em nossa natureza.
Dizem
as Escrituras:
“Sabemos
que nosso velho homem FOI CRUCIFICADO COM ELE, para que seja reduzida a
impotência o corpo (outrora) subjugado pelo pecado, e já não sejamos escravos
do pecado.” (Rom 6.6)
Quanto
a mim, não pretendo, jamais, gloriar-me, a não serNA CRUZ DO NOSSO SENHOR JESUS
CRISTO, pelo qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo.” (Gal.
6, 14)
“E uma
vez chegado ao seu termo (final), tornou-se AUTOR DA SALVAÇÃO ETERNA para todos
os que lhe obedecem.” (Hebreus 5.9)
“Foi em
virtude desta vontade de Deus, que temos sido santificados uma vez para sempre,
PELA OBLAÇÃO (sacrifício) DO CORPO DE JESUS CRISTO.” (Hebreus 10,10)
“Ele
nos reconciliou PELA MORTE DE SEU CORPO HUMANO, para que nos possais apresentar
santos, imaculados, irrepreensíveis aos olhos do Pai.” (Col. 1.22)
“Carregou
nossos pecados EM SEU CORPO SOBRE O MADEIRO para que, mortos pelos nossos
pecados, vivamos para a Justiça. Por fim, POR SUAS CHAGAS FOMOS CURADOS. (Is
53, 5)” (I Pe 2, 24)
Tudo
que o Cristo padeceu em sacrifício, por sua Humanidade, ordenava-se à nossa
salvação.
Explica
Santo Tomás de Aquino:
“Para
alguém se redimir duas condições se requer: o ato de pagar e o preço a ser
pago. O preço da nossa redenção é o preço de Cristo, ou a sua vida corpórea que
estava em seu sangue. E esse preço Cristo mesmo pagou. Por onde, o ato de pagar
e o preço do pagamento pertencem a Cristo, enquanto HOMEM. (Suma Teológica, Q
53, art. 5º da Ressurreição)”
Na
relação entre CAUSA e EFEITO, temos no sacrifício suficiente para NOSSA
SALVAÇÃO.
Lembremos
das últimas Palavras do Cristo, pouco antes de morrer na cruz:
“Está
CONSUMADO! E inclinando a cabeça, redeu seu Espírito.” (São João 19, 28-30)
Desta
maneira, a ressurreição é o EFEITO que testemunha a aceitação por Deus, do
pagamento ocorrido mediante o sacrifício, retirando assim, todos os obstáculos
da Justiça, que nos impediam o acesso à vida eterna.
A
maldição tornou-se Benção. (Gal. 3. 13 e 5,11)
“Se
fomos feitos o mesmo ser com Ele por uma morte semelhante à sua, SÊ-LO-EMOS
IGUALMENTE POR UMA COMUM RESSURREIÇÃO.” (Rom. 6,5)
“Por que
se, de sua rejeição, resultou a conciliação do mundo, QUAL SERÁ O EFEITO DE SUA
REINTEGRAÇÃO, SENÃO UMA RESSURREIÇÃO DENTRE OS MORTOS?” (I Cor 15.13)
O
sacrifício da cruz, como CAUSA NECESSÁRIA, trouxe-nos a salvação eterna, sendo
que a ressurreição teve por finalidade, além de testemunhar a validade da
causa, nos garantir a participação PLENA dos bens divinos adquiridos através da
Morte de Cristo, (vida eterna, a felicidade e a santidade, dentre outros),
TANTO EM CORPO, COMO EM ESPÍRITO.
A
ressurreição é o fenômeno extranatural da Graça no qual seremos inseridos em
Corpo e Alma, na Glória de Deus.
Ensinou
Santo Agostinho:
“A
morte vencida pela Morte no sacrifício, e a vida testemunhada pela vida na
ressurreição. Ele viveu sem culpa, não morreu por motivo de culpa, comungava
conosco no castigo mas não na culpa. O castigo da culpa é a morte. Nosso Senhor
Jesus Cristo veio morrer, mas não veio pecar; comungando conosco no castigo sem
a culpa, aboliu tanto a culpa como a castigo. Que castigo aboliu? O que nos
cabia após esta vida. Foi assim crucificado para mostrar na cruz o fim do nosso
homem velho; e ressuscitou, para mostrar em sua vida, como é a nossa vida nova.
Ensina-o o Apóstolo:"Foi entregue por causa dos nossos pecados, ressurgiu
por causa da nossa justificação." (Sermão da Ressurreição)
Cristo
veio para morrer por nós em sacrifício.
Não
morreria por morte natural, porque esta é uma consequência do pecado, e Cristo
não tinha pecado:
“O
salário do pecado é a morte. (Rom. 6. 23)”
Assim,
todo aquele que crê na ressurreição, como base para salvação, está em risco
grave de perdição eterna, porque está buscando o efeito (ressurreição e
salvação), em desprezo à causa (crucificação).
Mas não
se pode obter um efeito, sem causa.
Nando
Gomes