Árvores de Natal
Pense nas imensas árvores de natal que ficam em lugares públicos. Com
uma decoração atraente, elas cativam o olhar de quem passa perto. Porém, há um
grande problema com essas árvores: elas são artificiais. Embora sejam lindas e
atrativas, são de matéria morta, sem vida alguma. E quantos se parecem com
elas! Tais pessoas têm uma aparência de vida piedosa e religiosa, mas na
prática vive o contrário da caridade. Criadas em uma cultura cristã, frequentam
lugres cristãos, cultos religiosos e fazem shows de presentes e de esmolas. Sem
ter qualquer relacionamento verdadeiro com Cristo, com sua Igreja e com o seu
semelhante.
Após o período das festas de ano, essas árvores são jogadas fora, ou
guardadas para o próximo ano. Se nossa fé é uma mera fé religiosa, somos como
tais árvores. Nossa vida espiritual nada mais é que uma farsa. Podemos até
alegar que fomos batizados ou crismados, e que casamos na igreja, comungamos, mais
isso continua sendo farsa. Somos apenas cristãos de aparência por causa de
convenções sociais (1).
No entanto, se conhecemos de fato o Nosso Senhor Jesus Cristo, nossa
fé está enraizada nEle (Cl 2, 6-7). Temos vida, a vida de Deus fluindo em nós.
Somos como pessoas descritas no Salmo 1: “Bem-aventurado o homem que não
anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem
se assenta na roda dos escarnecedores. Antes tem o seu prazer na lei do SENHOR,
e na sua lei medita de dia e de noite. Pois será como a árvore plantada junto a
ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto no seu tempo; as suas folhas não
cairão, e tudo quando fizer prosperará”.
O romance do célebre escritor inglês Charles Dickens, “Canção de
Natal”, foi lançado em 19 de dezembro de 1843 e nunca mais saiu de circulação.
Ela conta a história de Ebenzer Scrooge, um homem rico, mal-humorado e
mesquinho que dizia: “Cada idiota que aparece desejando ‘Feliz Natal’, deveria
ser cozido junto com seu próprio pudim!” Porém, na véspera de Natal, Scrooge é
radicalmente transformado em um homem generoso e feliz: Com muito humor e
perspicácia, o livro de Dickens capta o anseio universal por paz interior (2).
Na graça e no amor de Cristo, somos árvores vivas no mundo real
convivendo com pessoas que em nós podem encontrar o sentido da vida se libertando
do mundo virtual, fantasioso e hipócrita. O verdadeiro NATAL é um progressivo ato
festivo de transformação na atitude de paz, amor, família unida, alegria, fé e
vida apaixonada por Jesus Cristo.
FELIZ NATAL E UM ABENÇOADO ANO NOVO COM CRISTO!
Pe. Inácio José do
Vale
Professor de
História da Igreja - Instituto Teológico Bento XVI - Sociólogo em Ciência da
Religião
Doutor em História do
Cristianismo
E-mail: [email protected]
Notas:
(1) Calendário
Devocional Boa Semente de 2014.
(2)
Charles Dickens. A Christmas Carol
("Canção de Natal" ou "Um conto de Natal") (1843).