Caminhos de Santidade
João XXIII e João Paulo II: bondade e
misericórdia de Deus para a Igreja
Geraldo Trindade
- diácono na
Arquidiocese de Mariana, trabalha atualmente em Rio Casca, cursou Filosofia
pela FAM, Teologia no Seminário São José e mantém o blog: http://pensarparalelo.blogspot.com
Dia 27 de abril de 2014, Festa da Divina Misericórdia, o Senhor reserva à sua
Igreja Santa, Católica, Apostólica e Romana um mimo de sua infinita bondade: a
canonização, ou seja, passam a ser santos dois papas, João XXIII, o papa bom e
João Paulo II, o papa pop. O primeiro trouxe ao trono de Pedro a humildade e a
proximidade com o povo; o segundo rejuvenesceu a Sé apostólica com seu carisma
e seu poder de sedução junto às multidões.
Bento XVI dispensou os 5 anos necessários após a morte para
abrir o processo de canonização de João Paulo. Francisco inovou ao suspender a
necessidade de mais um milagre para a canonização de João XXIII. Ambos
pontíficies beatos, que em breve serão incluídos na lista dos santos da Igreja
Católica têm duas realidades que os marcam: o Concílio Vaticano II e a Igreja.
O concílio marcou a vida e o ministério de ambos, pois foi o maior evento
eclesial no século XX, propiciou que a caridade e a paz se concretizassem na
vida da Igreja, que é mãe generosa e cuidadosa, que se faz próxima dos homens e
mulheres consolando, ajudando e sustentando na esperança. João é o papa bom,
pai de toda a humanidade, ele a abraçava e a abençoava. João Paulo visitando o
mundo inteiro, fez-se o mensageiro da paz e promotor da vida, da fraternidade
entre os povos e acolhedor dos necessitados. Ambos são santos, pois consistiram
em viver a vida boa do Evangelho nas situações mais diversificadas que a
Providência divina os colocava.
O papa João XXIII foi eleito no dia 28 de outubro de 1958.
Por sua idade foi tomado como um papa de transição, mas surpreendeu o mundo com
a convocação para o Concílio Vaticano II (1962-1965) e propiciou para que se
vivesse em uma Igreja aberta ao mundo. João Paulo II foi eleito em 1978 e foi o
primeiro papa não italiano em 456 anos. Entrou para a história pelo seu carisma
e pelas viagens que fez aos quatro cantos do mundo encontrando com diversas
pessoas e comunidades. Foi um grande missionário, um evangelizador universal,
comunicador, fecundo no apostolado da palavra e dos seus escritos.
A Igreja vive destas grandes riquezas e heranças, da
simplicidade do papa bom, João XXIII, e do papa misericordioso e sofredor, João
Paulo II. A ação do Espírito Santo na Igreja é atuante constante em todos os
momentos e lugares. Vemos verdadeiramente que a Igreja é antes de tudo a
comunidade daqueles que são chamados à santidade e se empenha em cada dia para
alcançá-la. Seguindo as pegadas destes dois grandes homens saberemos que nos
encaminharemos em direção a Jesus Cristo. Ele que é o Pai das Misericórdias
forja nos corações simples de várias pessoas o molde da santidade, planta ali
sua semente de vida nova, transformando-as em corajosas testemunhas do amor de
Deus em sua vida, que se estende a todas as pessoas.
A Igreja com esta atitude de canonizar estes grandes homens
canoniza seus estilos de vida, suas virtudes heroicas, pois ambos são
apresentados como modelos de vida a serviço da Igreja e de Deus, foram em seu
tempo instrumentos da ação do Espírito Santo. No ato de elevá-los à honra dos
altares, o papa Francisco mostra-nos caminhos de santidade de duas pessoas que
souberam colocar-se à altura dos momentos e servir a Igreja, que é a Igreja de
Cristo Jesus. Abre-se para todos os cristãos a partir de João XXIII e João
Paulo II os caminhos da santidade, da simplicidade, da bondade e da
misericórdia.