PERDAS
DE CATÓLICOS E A NOSSA MISSÃO
Diz
o Papa Francisco: “Muitas pessoas afastaram-se da Igreja. Existem
responsabilidades na história da Igreja e dos seus homens, tanto em
determinadas ideologias como nas pessoas individualmente” (1).
Perdas
de Católicos no Brasil
CATÓLICOS
|
1950
|
1960
|
1970
|
1980
|
1991
|
2000
|
2010
|
93,5%
|
93,1%
|
91,8%
|
89%
|
83,3%
|
73,7%
|
64,6%
|
EVANGÉLICOS
|
1950
|
1960
|
1970
|
1980
|
1991
|
2000
|
2010
|
3,4%
|
4,0%
|
5,2%
|
6,6%
|
9,1%
|
15,4%
|
22,2%
|
NÚMERO DE
BRASILEIROS EM CADA RELIGIÃO/CENSO 2010
|
Religião
|
População
|
Católica
apostólica romana
|
123.280.172
|
Evangélica
(centenas e centenas de seitas diversificadas)
|
42.275.440
|
Espírita
|
3.848.876
|
Umbanda,
candomblé e religiões afro-brasileiras.
|
588.797
|
Outras
religiões
|
5.185.065
|
Sem
religião
|
15.335.510
|
Fonte: IBGE
Ao avaliar os números sobre a evasão de
fiéis católicos para as seitas evangélicas, o arcebispo do Rio de Janeiro, dom
Orani João Tempesta, foi direto ao diagnóstico: “A Igreja tem que chegar ao
seu povo. Há uma distância ainda não vencida”.
Atualmente, a Igreja se pergunta como
partir para uma ação evangelizadora, para reconquistar os católicos, sem
abandonar uma atuação social. “A dimensão da fé foi negligenciada em função
do social. Hoje, nosso desafio é reconquistar o entusiasmo, fazer que o fiel
retome a alegria de ser cristão e a convicção de sua fé”, constatou o
subsecretário da Conferência de Aparecida, em 2007, padre Martinho Lenz, doutor
em teologia pela Universidade Gregoriana de Roma (2).
As
Causas
Descreve o Documento de Aparecida: Segundo
nossa experiência pastoral, muitas vezes, a pessoa sincera que sai de nossa
Igreja não o faz pelo que os grupos “não católicos” crêem, mas fundamentalmente
por causa de como eles vivem; não por razões doutrinais, mas vivenciais; não
por motivos estritamente dogmáticos, mas pastorais; não por problemas
teológicos, mas metodológicos de nossa Igreja. Esperam encontrar respostas a
suas inquietações. Procuram, não sem sérios perigos, responder a algumas
aspirações que, quem sabe, não encontraram como deveria ser na Igreja n°. 225.
Nossa
Missão: Reencantá-los!
O
compromisso missionário é de toda a comunidade. Esta sai ao encontro dos
afastados, interessa-se por sua situação, a fim de reencantá-los com a Igreja e
convidá-los a retornarem para ela (DA n°. 226d).
Conclusão
Para colossal obra de reencantá-los os
afastados é necessário:
1. Boa formação dos
clérigos. Aprender homiliar de modo excelente. Celebrar a Santa Missa de forma
canônica e brilhante. Não a espetacularização e o culto a personalidade. Longe
e bem longe dos clérigos a psicastenia.
2. Testemunhos dos
clérigos e lideranças no protótipo de Cristo. Vida coerente como discípulos e
missionários do Reino de Deus.
3. Formação contínua
com dados especializados para clérigos e lideranças.
4. Abissais retiros espirituais
e vivência em uma das ricas espiritualidades da Santa Igreja. Aprofundamento na
teologia ascética e mística.
5. Viver radicalmente
o conselho psicopedagógico de São Tiago Apóstolo. (Ler Tg 3,13).
Foi muito feliz o pensamento da competente
jornalista da revista VEJA sobre ação evangelizadora do Papa Francisco,
escreveu ela: “O Papa Francisco não tem medo. O Pastor sabe que o único
caminho é se aproximar, verdadeiramente, do rebanho” (3).
Diante
de tantas religiões, seitas, heresias e indiferenças, a atitude é de coragem,
intelectualidade, misericórdia e ir ao povo por vários caminhos evangelizantes!
“Estou fazendo a minha parte por amor à salvação das almas”.
Pe.
Inácio José do Vale
Pesquisador
de Seitas - Professor de História da Igreja - Instituto de Teologia Bento XVI -
Sociólogo em Ciência da Religião
E-mail:
[email protected]
Notas:
(1) L’osservatore
Romano, 17/10/2013, p. 11.
(2) Gerson, Camarotti.
Segredo do Conclave. São Paulo. Geração Editorial, 2013, p. 130.
(3) Adriana Dias
Lopes: Veja, 13/11/2013, p.99.