Nada é impossível
a Deus
15 de fevereiro de
2011 – A Voz do Pastor No 27
Caros amigos,
Ao olhar a beleza da criação, vemos a perfeição do
Ser que a criou. Ele fez todas as estrelas e demais corpos celestes de imensa
grandeza, mundos que nós nem sonhamos poder conhecer e, ao mesmo tempo, a menor
de todas as partículas também foi originada a partir do seu ato criador. E
todas as coisas criou em harmonia: “eram todas muito boas”, nos diz o relato do
Gênesis. (cf. Gn 1, 31)
Entretanto, nenhuma criatura é perfeita; só Deus é perfeito. As coisas criadas participam da perfeição do seu Criador na medida
que realizam aquilo para o que foram criadas desde o início.
Dentro da criação de Deus, o homem merece um
destaque especial pela perfeição de suas capacidades. Ele é, sem dúvida, a obra
prima de Suas mãos, pois é capaz de conhecer e de amar, e por isso se assemelha
ao Ser que o criou com sabedoria e amor.
Depois de criar o mundo, Ele não o abandonou, mas
continua governando com sua providência o céu, o mar, as estrelas e cada um de
nós. Não estamos sozinhos, mas nos acompanha nosso Pai do Céu. E, se, às vezes,
permite que males aconteçam, é para deles tirar coisas melhores, impulsionar-nos
adiante, fazer-nos crescer. O crescimento pode, em certos momentos, causar-nos
dor, mas sua mão amorosa nunca nos abandona: ela nos guia!
Aos homens é impossível tirar o bem de um mal, mas
isto não é impossível para Deus. “Por isso nada é mais adequado para
consolidar a nossa fé e a nossa esperança do que a convicção profundamente
gravada em nossas almas de que nada é impossível a Deus” (cf. Catecismo,
274). Somente a fé pode aderir aos misteriosos caminhos da Providência Divina.
Vivendo em meio às coisas humanas, devemos fazer
tudo o que está ao nosso alcance: Trabalhar, ser generosos com os mais
necessitados, ser justos e honestos em nossas relações, cobrar providências aos
que têm a responsabilidade de governar, saber suportar as limitações humanas.
Mesmo nestas relações mais ordinárias não podemos esquecer-nos que nosso “Divino
Companheiro” nos auxilia e quer que sejamos cada vez melhores.
Para nós é muito difícil visualizar em meio a tanto
sofrimento provocado por uma catástrofe, como a que atingiu a nossa cidade,
quais seriam os bens que daí podemos tirar. É precisamente aí que o Evangelho
ilumina as trevas da ignorância humana fazendo-nos enxergar profeticamente o
que estava oculto pela névoa da dor, do sofrimento e da ausência aparente de
sentido. Só a fé nos fará, aliada à esperança que move a caridade, enxergar
horizontes mais promissores.
Dom Edney Gouvêa
Mattoso, Bispo Diocesano de Nova Friburgo