PERGUNTE
E RESPONDEREMOS 517 – julho 2005
RESPOSTA A UM AMIGO
HOMOSSEXUAL
Via
internet, a Redação de PR recebeu a seguinte mensagem:
"Quando
mais jovem, participei muito da Igreja; atualmente estou afastado. Meu
afastamento se deu quando descobri que era homossexual. Nunca fui promíscuo nem
pretendo ser. Assim sou uma pessoa solitária. Porém não tenho vocação para a castidade
como propõe a Igreja. Quero ter uma vida afetiva. Por que Deus me fez assim?
Para me condenar à solidão. Tenho muita inveja de meus colegas de trabalho
"normais", que têm suas esposas e compartilham sua vida com alguém.
Já pensei muito em suicídio, mas não tenho coragem. Minha vida perdeu
totalmente o sentido, estou cansado de representar o tempo todo um papel, sem
nunca ser o que sou realmente. Saber que Jesus morreu na cruz por mim não muda
em nada meu conflito Interior. Ele disse que veio para que todos tenham vida em
abundância; por que então eu não posso ter uma vida plena, incluindo a
sexualidade? Se Deus me ama, porque Ele me fez assim, impedido de ser feliz?
Como
posso acreditar numa promessa de eternidade feliz, sendo que agora não consigo
ter um dia de paz? Será que Deus realmente me ama?
Procuro
respostas para estas questões".
QUE DIZER?
Responderemos
ao nosso amigo em seis etapas.
1)
Caro irmão, compartilhamos sua angústia, mas desejamos dizer-lhe que é
superável. Como?
Antes
do mais, tome consciência de que você não é o único a carregar um problema
sério. Todo ser humano tem o seu; pode ser até o extremo oposto ao seu, ou
seja, uma excessiva atração pelo outro sexo. - Isto nos proporciona a ocasião
de lutar contra tendências desregradas; é precisamente na luta que alguém se
faz grande. Não fora a luta, ficaríamos sempre com nossa exígua estatura
espiritual. Por conseguinte assuma corajosamente sua tarefa de não ceder aos
desvios sexuais.
2)
Procure sublimar seus impulsos naturais
dedicando-se à arte (poesia, música, pintura...) ou a uma tarefa que lhe
interesse ou mesmo ao trabalho profissional. Lembre-se de que sentir tendências
homossexuais não é pecaminoso, caso não se lhes dê consentimento. O mal consiste
em consentir-lhes.
3)
Não se feche em si mesmo ou no isolamento.
A solidão, no caso, é prejudicial. Se você leva uma vida digna, tenha a cabeça
erguida e aborde a sociedade com normalidade.
4) Como cristão, digo-lhe mais: você, tal como é, é chamado
por Deus à santidade; Ele tem as graças necessárias para levar você à perfeição
cristã. Os Santos não foram de estirpe diferente da nossa; tiveram seus
momentos difíceis, mas conseguiram vencer com o auxílio de Deus.
5) Há quem queira ver no homossexualismo "o
terceiro sexo"; portanto algo de legítimo. Esta sentença entra em conflito
com a lei natural. Existem dois sexos diferentes para se completarem
mutuamente. Cada um dos dois tem predicados que o outro não tem. A tendência
homossexual pode ser congênita como pode ser adquirida; todavia ele nunca é
normal.
6) Caro irmão, volte à sua prática religiosa. Sem Deus todo
fardo se torna mais pesado. Não há por que abandonar a prática religiosa se o
homossexual se afasta das ocasiões de pecar. Como dito antes, sentir não é
pecado; este consiste em consentir. A Igreja recomenda aos seus pastores
especial atenção aos homossexuais; cf. PR 327/1989, pp. 346ss.
Dom
Estêvão Bettencourt (OSB)