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Primeira Leitura: PENTATEUCO: Livro do Deuteronômio (Dt), capítulo 30 Segunda Leitura: EPÍSTOLAS DE SÃO PAULO: Epístola aos Colossenses (Cl), capítulo 1 |
EVANGELHOS: Evangelho segundo São Lucas (Lc), capítulo 10 (25) Levantou-se um doutor da lei e, para pô-lo à prova, perguntou: Mestre, que devo fazer para possuir a vida eterna? (26) Disse-lhe Jesus: Que está escrito na lei? Como é que lês? (27) Respondeu ele: Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu pensamento (Dt 6,5), e a teu próximo como a ti mesmo (Lv 19,18). (28) Falou-lhe Jesus: Respondeste bem, faze isto e viverás. (29) Mas ele, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: E quem é o meu próximo? (30) Jesus então contou: Um homem descia de Jerusalém a Jericó, e caiu nas mãos de ladrões, que o despojaram, e depois de o terem maltratado com muitos ferimentos, retiraram-se, deixando-o meio morto. (31) Por acaso desceu pelo mesmo caminho um sacerdote, viu-o e passou adiante. (32) Igualmente um levita, chegando àquele lugar, viu-o e passou também adiante. (33) Mas um samaritano que viajava, chegando àquele lugar, viu-o e moveu-se de compaixão. (34) Aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho, colocou-o sobre a sua própria montaria e levou-o a uma hospedaria e tratou dele. (35) No dia seguinte, tirou dois denários e deu-os ao hospedeiro, dizendo-lhe: Trata dele e, quanto gastares a mais, na volta to pagarei. (36) Qual destes três parece ter sido o próximo daquele que caiu nas mãos dos ladrões? (37) Respondeu o doutor: Aquele que usou de misericórdia para com ele. Então Jesus lhe disse: Vai, e faze tu o mesmo. | ||||||||
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15.º Domingo do Tempo Comum - A parábola do Bom SamaritanoEvangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas Naquele tempo, um mestre da Lei se levantou e, querendo pôr Jesus em dificuldade, perguntou: "Mestre, que devo fazer para receber em herança a vida eterna?" * A Liturgia deste domingo apresenta-nos a famosa parábola do "Bom Samaritano", cujo texto serviu de inspiração para a logomarca do Jubileu da Misericórdia. Numa primeira leitura dessa parábola, vemos que Jesus deseja realçar a importância da proximidade que devemos manifestar pelos nossos irmãos, ainda que sejam nossos inimigos. O judeu assaltado é acolhido por quem ele menos esperava: um samaritano desconhecido; alguém que, por tradição, deveria ignorá-lo, dada a inimizade que existia entre seus povos. Mas esse é somente o significado literal da parábola do Bom Samaritano. Mais que um ensinamento moral, Jesus fala-nos da história de nossa salvação. Na interpretação dos Padres da Igreja, o judeu que caminha de Jerusalém para Jericó é figura da humanidade que desce da Cidade Santa para o lugar da perdição. Neste itinerário, ele é atacado por assaltantes (os demônios), que quase lhe roubam a vida. O sacerdote e o levita — ou seja, os profetas do Antigo Testamento — nada podem fazer de verdadeiramente eficaz para salvá-lo. Então, é do samaritano — imagem de Jesus — que vem o auxílio redentor. Depois de socorrê-lo, esse samaritano o encaminha para uma hospedagem — a Igreja —, onde poderá receber o devido tratamento. A grande desgraça do povo do Antigo Testamento era a sua incapacidade de cumprir os mandamentos da lei divina com um coração amoroso: "Esse povo vem a mim apenas com palavras e me honra só com os lábios, enquanto seu coração está longe de mim e o temor que ele me testemunha é convencional e rotineiro" (Is 29, 13). É assim que o profeta Ezequiel anuncia a vinda de um salvador, que traria um novo espírito e um novo fervor: "Tirar-vos-ei do peito o coração de pedra e dar-vos-ei um coração de carne" (36, 26). Com a parábola do Bom Samaritano, Jesus coloca-se como aquele que traz um "novo coração", capaz de compadecer-se pelos sofrimentos alheios e aliviá-los. Ele, além disso, capacita os demais a amar o próximo, socorrendo-os em suas misérias, na grande hospedaria que é a Igreja, onde estão os sacramentos. Na pessoa de Jesus, os homens podem cumprir os mandamentos de Deus e louvá-lO não somente com os lábios, como no Antigo Testamento, mas também com a alma. Essa misericórdia manifestada por Cristo impele-nos a agir também com a mesma caridade da qual fomos objetos. Jesus consola-nos com o seu óleo e nos inquieta com seu vinho, motivando-nos a uma mudança radical de vida. Neste Ano da Misericórdia, deixemos o Bom Samaritano curar nossos corações do pecado para que, com esse mesmo amor, também saibamos curar as chagas de nossos irmãos. Padre Paulo RicardoO Bom SamaritanoA Palavra de Deus proposta neste Domingo é surpreendente. Tudo começa com uma pergunta que, apesar de mal intencionada, é válida, necessária, sempre urgente; pergunta que brota do mais profundo da nossa angústia: “Que devo fazer para receber a vida? Como devo viver para viver de verdade, para que minha vida valha a pena e não seja uma paixão inútil?” Apesar de um mundo que procura nos distrair dessa pergunta, não há como sufocá-la, como fazer de conta que ela não perturba nosso coração! Pelo amor de Deus, responda o mundo tão animado e cheio de distrações: onde está a felicidade duradoura? Onde está a vida, a realização da existência? Que caminho seguir, para ser feliz de verdade? Jesus indica o caminho: “O que está escrito na Torah? Como lês?” – Aqui, há algo importantíssimo. Jesus está falando com um escriba judeu; por isso, manda-o à Lei de Moisés. Uma coisa ele quer deixar clara: a vida não está no homem, mas na vontade de Deus! O homem somente será feliz, somente encontrará a vida se procurar lealmente a vontade de Deus. Por isso, no Salmo 118, o Salmista pede, de modo comovente: “Sou apenas peregrino sobre a terra; de mim não oculteis vossos preceitos!” Perder de vista o projeto de Deus para nós, é perder de vista a própria vida, o sentido da existência! Não esqueçamos, para não sermos enganados: fechados para a vontade do Senhor, não encontraremos a realização verdadeira! E este é o drama do mundo atual, que se julga maior de idade e, portanto, independente de Deus. Na verdade, é um mundo ateu, porque é um mundo auto-suficiente, que só confia de verdade na sua filosofia, na sua tecnologia, na sua racionalidade pagã e na sua moral fechada para o Infinito! Ao invés, Jesus nos força a abrir o coração para o Alto, para o Altíssimo; convida-nos a respirar fundo o ar novo e puro, que brota das narinas de Deus e dá novo alento ao ser humano cansado e envelhecido pelo pecado! “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração e com toda a tua alma, com toda a tua força e com toda a tua inteligência”. Esta abertura para Deus dilata e realiza o coração humano, que foi criado para dar e receber amor, amor na relação com Deus, que desemboca, generoso, no amor em relação aos outros: “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. – “Faze isto e viverás!” Os filósofos ateus dos séculos XIX e XX – de Feuerbach a Sartre – gostavam de insistir que Deus escraviza o homem, desumaniza a humanidade, impedindo-a de ser ela própria, de ser feliz. É mentira! É um triste mal-entendido! A verdadeira abertura para Deus nos faz crescer, nos faz superar nossos estreitos limites, nos lança de verdade em relação a Deus e nos compromete com os outros! Os mandamentos de Deus realizam o mais profundo anseio do nosso coração, que é a vida: “Converte-te ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração e com toda a tua alma! Na verdade, o mandamento que hoje te dou não é difícil demais, nem está fora do teu alcance!” O próprio Deus – acreditem – nos deu o desejo e a capacidade de amar ao nos criar à sua imagem! Jesus insiste ainda em algo muito importante: nossa relação com Deus, se é verdadeira, deve abrir-nos aos irmãos: “Quem é o meu próximo?” – A resposta de Jesus é clara: nosso próximo são aqueles que a vida fez próximos de nós. Nosso próximo são os próximos! Ou os amamos de verdade, ou não há próximo para amar. O próximo viraria uma idéia abstrata e sem valor algum. Não esqueçamos: o próximo tem rosto, tem cheiro, tem problemas e, às vezes, nos incomoda, nos atrapalha, nos desafia, nos causa raiva e contradição. É a este próximo, concreto como uma rocha, que eu devo amar! Mas, atenção: um judeu deve amar o próximo como a si mesmo: é isto que está escrito na Lei. Um cristão, não! Ele deve amar o próximo como Jesus: até dar a vida: “Amai-vos como eu vos amei. Dei-vos o exemplo para que, como eu vos fiz, façais vós também!” (Jo 13,34.15). Recordemos que o próprio Senhor nos deu o exemplo; ele mesmo se fez próximo de nós: sendo Deus se fez homem, veio viver a nossa aventura, partilhar a nossa sorte, para nos dar a sua vida: “Cristo é a imagem do Deus invisível… porque Deus quis habitar nele com toda a sua plenitude”. Ele não viu nossa miséria de longe, não nos amou à distância: desceu e veio viver a nossa vida, fazendo-se Deus-conosco! Por isso, ele é o verdadeiro Bom Samaritano, o verdadeiro modelo daquele que “se faz próximo” do próximo: viu-nos à margem do caminho da vida; viu-nos roubados e despojados de nossa dignidade de imagem de Deus; viu-nos totalmente perdidos… Ele se compadeceu de nós, desceu à nossa miséria, fez-se homem, para nos curar e elevar. Nele, se revela a plenitude do amor a Deus e aos outros: “Deus quis por ele reconciliar consigo todos os seres que estão na terra e no céu, realizando a paz pelo sangue da sua cruz”. Então, somente em Cristo, encontramos a vida verdadeira e a realização pela qual tanto almejamos. Só ele nos reconcilia com Deus e no abre uns para os outros, aproximando-nos no seu amor! Quando os cristãos não conseguem viver isso, quando não conseguem deixar que essa realidade maravilhosa transpareça, é porque estão sendo infiéis, estão sendo uma caricatura de discípulos do Senhor Jesus. Que responsabilidade a nossa! Saiamos daqui, hoje, com essa pergunta: quem são os meus próximos? Que tenho feito com eles? Pensemos em Jesus que veio ser próximo, e ainda se faz próximo hoje, em cada Eucaristia. Pensemos nele: “Vai, tu também, e faze o mesmo!” Amém. Dom Henrique Soares |
Por que evangélico crê na Bíblia se não crê no testemunho e na autoridade divina da Igreja Apostólica que autenticou a Bíblia? [Claudio Maria]
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