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Primeira Leitura: ATOS: Atos dos Apóstolos (At), capítulo 5 Segunda Leitura: APOCALIPSE: Apocalipse de São João (Ap), capítulo 5 |
EVANGELHOS: Evangelho segundo São João (Jo), capítulo 21 (1) Depois disso, tornou Jesus a manifestar-se aos seus discípulos junto ao lago de Tiberíades. Manifestou-se deste modo: (2) Estavam juntos Simão Pedro, Tomé (chamado Dídimo), Natanael (que era de Caná da Galiléia), os filhos de Zebedeu e outros dois dos seus discípulos. (3) Disse-lhes Simão Pedro: Vou pescar. Responderam-lhe eles: Também nós vamos contigo. Partiram e entraram na barca. Naquela noite, porém, nada apanharam. (4) Chegada a manhã, Jesus estava na praia. Todavia, os discípulos não o reconheceram. (5) Perguntou-lhes Jesus: Amigos, não tendes acaso alguma coisa para comer? Não, responderam-lhe. (6) Disse-lhes ele: Lançai a rede ao lado direito da barca e achareis. Lançaram-na, e já não podiam arrastá-la por causa da grande quantidade de peixes. (7) Então aquele discípulo, que Jesus amava, disse a Pedro: É o Senhor! Quando Simão Pedro ouviu dizer que era o Senhor, cingiu-se com a túnica (porque estava nu) e lançou-se às águas. (8) Os outros discípulos vieram na barca, arrastando a rede dos peixes (pois não estavam longe da terra, senão cerca de duzentos côvados). (9) Ao saltarem em terra, viram umas brasas preparadas e um peixe em cima delas, e pão. (10) Disse-lhes Jesus: Trazei aqui alguns dos peixes que agora apanhastes. (11) Subiu Simão Pedro e puxou a rede para a terra, cheia de cento e cinqüenta e três peixes grandes. Apesar de serem tantos, a rede não se rompeu. (12) Disse-lhes Jesus: Vinde, comei. Nenhum dos discípulos ousou perguntar-lhe: Quem és tu?, pois bem sabiam que era o Senhor. (13) Jesus aproximou-se, tomou o pão e lhos deu, e do mesmo modo o peixe. (14) Era esta já a terceira vez que Jesus se manifestava aos seus discípulos, depois de ter ressuscitado. (15) Tendo eles comido, Jesus perguntou a Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais do que estes? Respondeu ele: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta os meus cordeiros. (16) Perguntou-lhe outra vez: Simão, filho de João, amas-me? Respondeu-lhe: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta os meus cordeiros. (17) Perguntou-lhe pela terceira vez: Simão, filho de João, amas-me? Pedro entristeceu-se porque lhe perguntou pela terceira vez: Amas-me?, e respondeu-lhe: Senhor, sabes tudo, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta as minhas ovelhas. (18) Em verdade, em verdade te digo: quando eras mais moço, cingias-te e andavas aonde querias. Mas, quando fores velho, estenderás as tuas mãos, e outro te cingirá e te levará para onde não queres. (19) Por estas palavras, ele indicava o gênero de morte com que havia de glorificar a Deus. E depois de assim ter falado, acrescentou: Segue-me! | ||||||||
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3.º Domingo da Páscoa - Jesus nos espera do outro ladoEvangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João Naquele tempo, Jesus apareceu de novo aos discípulos, à beira do mar de Tiberíades. A aparição foi assim: Estavam juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Dídimo, Natanael de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu e outros dois discípulos de Jesus. * Santo Tomás de Aquino, comentando essa terceira aparição de Cristo Ressuscitado aos Apóstolos, contrapõe-na àquela aparição em que acontece a primeira pesca milagrosa (cf. Lc 5, 1-11). Antes, Ele estava no barco para, agora, aparecer de manhã e na margem. Que sentido místico trazem consigo essas diferenças? "Mane autem iam facto, diz o Evangelho. 'Já ia a amanhecer'. Misticamente, pela manhã se entende a glória da ressurreição: 'De tarde sobrevem o pranto e, de manhã, a alegria' (Sl 29, 6), e também o estado da vida eterna: 'Pela manhã vos invoco e espero' (Sl 5, 5). Essa leitura mística é importante para dar à nossa fé um impulso de esperança: Cristo está na barca de nossa vida em meio aos ventos e tempestades deste mundo e, ao mesmo tempo, Ele nos aguarda no litoral e tem preparado para nós um banquete, assim como preparou um para os Seus discípulos. Antes disso, porém, Jesus pergunta aos discípulos se eles têm algo para comer. O significado místico desse gesto é indicado novamente por Santo Tomás: o Senhor pede de comer porque quer ser consolado por Seus discípulos [2] — consolação que acontece de fato por meio da nossa obediência aos mandamentos de Deus, que é justamente o motor dessa segunda pesca milagrosa. Depois de uma noite inteira lançando por sua própria iniciativa as redes, os discípulos só têm sucesso quando, assistidos pelo Senhor, lançam as redes impulsionados por Sua palavra. Já em terra firme, o Evangelho diz que Jesus prepara três coisas para os Apóstolos: "Logo que pisaram a terra, viram brasas acesas, com peixe em cima, e pão" (v. 9). É o Doutor Angélico, novamente, quem nos dá o significado dessas realidades: "Por isso nos é dado a entender, de certo modo, o que é preparado por Cristo para o banquete espiritual. E se tomamos alegoricamente esse banquete como aquele da Igreja, Cristo também prepara estas três coisas. Este é, pois, como que o quadro geral deste Evangelho: depois de uma noite trabalhando sem pescar nada, imagem do cansaço da labuta desta vida, Jesus espera-nos do outro lado, na margem, pronto para dar-nos a Si mesmo em alimento: o peixe, representando a Sua divindade, e o pão, a Sua humanidade — o Cristo todo, em suma. Lancemos um olhar, agora, às diferentes reações dos Apóstolos, ainda sob a direção do Aquinate: "João, perspicaz em conhecer, de imediato reconhece o Cristo e diz a Pedro, que ele amava mais do que os outros e que também era o primeiro entre todos: 'É o Senhor'. Fê-lo movido pela pesca milagrosa, pois está escrito: 'Tu dominas os mares com poder' (Sl 88, 10), e ainda: 'O Senhor faz tudo aquilo que quer, no céu e na terra, no mar e em todos os abismos' (Sl 134, 6). Disse ainda, 'É o Senhor', porque com esse nome estavam acostumados a chamá-Lo, como atesta o próprio Jesus: 'Vós me chamais mestre e senhor' (Jo 13, 13). As reações dos discípulos também podem ser medidas pela régua das três virtudes teologais, na ordem mesma em que são apresentadas por São Paulo (cf. 1 Cor 13, 13): primeiro, manifesta-se a fé de São João, que reconhece o Senhor a partir de Seu poder; segundo, manifesta-se a esperança de São Pedro, que se lança devotamente ao mar para chegar depressa à Sua presença; por fim, resplandece a caridade dos discípulos, que levam a Cristo os peixes que apanharam, imagem das almas que a Sua Igreja deve apresentar-lhe no fim dos tempos. Essa mesma virtude da caridade fica patente na profissão de São Pedro, que reitera três vezes amar o Senhor — virtude que o próprio príncipe dos Apóstolos procura inculcar em seus irmãos presbíteros (também de três modos!), quando escreve a sua Primeira Carta canônica: "Aos anciãos entre vós, exorto eu, ancião como eles e testemunha dos sofrimentos de Cristo, participante da glória que está para se revelar: sede pastores do rebanho de Deus, confiado a vós; cuidai dele, (i) não por coação, mas de coração generoso; (ii) não por torpe ganância, mas livremente; (iii) não como dominadores daqueles que vos foram confiados, mas antes, como modelos do rebanho. Assim, quando aparecer o pastor supremo, recebereis a coroa imperecível da glória." (1 Pd 5, 1-4) A meta final da Igreja é encontrar o Cristo na margem do além, na glória do Céu. Ainda estamos na barca da Igreja, mas, quando nos pomos a escutar com fé a Palavra de Deus e a colocamos em prática, já entramos em contato com o Senhor Ressuscitado que nos espera. Lancemo-nos com devoção ao mar conturbado deste mundo, certos de que "os servos de Cristo saem ilesos e seguros do meio das tribulações". Subsídio
Referências
Padre Paulo Ricardo Tu me amas?A liturgia, neste santo tempo pascal, concentra nossa atenção naquele que por nós morreu e ressuscitou; na glória que ele agora possui, como Senhor do céu e da terra: “O Cordeiro imolado é digno de receber o poder, a riqueza, a sabedoria e a força, a honra, a glória e o louvor. Ao que está sentado no trono e ao Cordeiro, o louvor e a honra, a glória e o poder para sempre!” Estejamos atentos, porém: afirmar a glória de Cristo, não é algo de folclórico ou triunfalístico, mas é uma proclamação convicta e clara do seu senhorio sobre nós, sobre nossa pobre vida, sobre a vida da Igreja, sobre o mundo e sobre toda a história. A Igreja e cada cristão vivem desta certeza: Jesus ressuscitou dos mortos, é o Vivente, é o Senhor; nós existimos nele e para ele; ele é o referencial último absoluto de nossa existência! É este Jesus vitorioso, que vem ao encontro dos seus às margens do Mar da Galiléia; é este Senhor nosso que os apóstolos experimentam no evangelho de hoje. Cada detalhe deste texto de João é cheio de significado. Vejamos: os apóstolos pescam e nada conseguem apanhar… A pescaria é imagem da ação missionária da Igreja. Sem Jesus, estamos sozinhos, sem Jesus a pescaria é estéril, as tentativas são vãs… Sem Jesus, pescamos na noite escura.. Mas, pela manhã, Jesus vem ao encontro dos seus. Notemos que os discípulos não conseguem reconhecer o Senhor ressuscitado. Somente quando Cristo se dá a conhecer é que os seus conseguem compreender e experimentar sua presença viva e atuante. E Jesus dá-se a conhecer sempre na Palavra e no Pão partido, na refeição em comum, isto é, na Celebração Eucarística. É aqui, é agora, nesta Eucaristia sagrada, que o Senhor nos fala e parte o Pão conosco. Toda Celebração eucarística é celebração pascal, é encontro com o ressuscitado! Como seria bom que, a cada Domingo, revivêssemos esta experiência, esta certeza da presença do Senhor vivo entre nós! Os discípulos ainda não haviam reconhecido Jesus. Este lhes ordenou: “Lançai a rede!” Eles lançaram-na e já“não conseguiam puxá-la para fora, por causa da quantidade de peixes”. Notem: o Discípulo Amado, diante do sinal, reconhece o Ressuscitado: “É o Senhor!” Mas, é Simão Pedro – sempre ele, o chefe do grupo, o chefe da Comunidade dos discípulos, o que comanda a pescaria – faz-se ao mar, para encontrar Jesus. Jesus ordena que arrastem a rede para a terra. Notemos: o barco é um só, como uma só é a Igreja de Cristo; também a rede é uma só, como única é a obra da evangelização; e quem comanda a pescaria é Pedro, sob a ordem de Jesus! E a rede não se rompe, apesar de cheia de 150 peixes grandes. O número é exagerado, significando a plenitude da obra evangelizadora. E, então, Jesus repete, diante dos discípulos, os gestos da Eucaristia: “tomou o pão e distribuiu entre eles”. Depois, três vezes, o Ressuscitado pergunta a Pedro – e pergunta aos sucessores de Pedro, os Bispos de Roma, pergunta a João Paulo II: “Simão, filho de João, tu me amas mais do que estes?” Pedro responde que sim, e abandona-se no Senhor: “Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que te amo!” Senhor, antes coloquei minha confiança em minhas próprias forças, em meu próprio amor e terminei te traindo… Tu disseste que oravas por mim para que minha fé não desfalecesse, mas fui presunçoso, e contei mais com minhas forças que com tua oração… Mas, agora, te digo: “Tu sabes tudo; tu sabes que te amo”, apesar de minha fraqueza! É naquilo que tu sabes, que tu podes, que tu em mim realizas que te digo: te amo! – E três vezes, Jesus o incumbe, diante dos outros, de uma missão toda particular: “Apascenta as minhas ovelhas!” Que ninguém duvide – a menos que deseje fazer pouco da vontade do Senhor nosso – que Pedro é o primeiro pastor do rebanho de Cristo. O rebanho é de Cristo, o Bom Pastor, e Cristo o confiou a Pedro! Quem não está em comunhão com o Sucessor de Pedro, certamente, age de modo contrário ao que Cristo desejou para a sua Igreja e para seus discípulos. Pouco adianta uma Bíblia debaixo do braço, se contrariando a Palavra de Deus, se nega a presença real do Cristo na Eucaristia (cf. Jo 6,53-57), o papel materno de Maria Virgem junto a cada discípulo amado do Senhor (cf. Jo 19,25-27), a indissolubilidade do matrimônio (cf. Mc 10,1-12) , a sucessão apostólica e o papel de Pedro e seus sucessores na Igreja de Cristo (cf. Mt 16,13-20)! Estejamos atentos: não é a Pedro super-homem que o Senhor confia a sua Igreja; mas a Pedro frágil, a Pedro que o negou, a Pedro humilhado… a Pedro que pode servir até de pedra de tropeço (cf. Mt 16,23). Pedro é a pedra da Igreja, mas a Rocha inabalável é somente Cristo! E Cristo o convida a segui-lo até o martírio, até levantar as mãos na cruz… Assim foi com Pedro, assim com os discípulos, assim, agora, conosco… Não tenhamos medo! É possível que muitas vezes nos sintamos sozinhos, desamparados, pescando numa pescaria estéril de noite escura… Coragem: o Senhor está conosco: é ele quem nos manda à pesca, é ele quem pode encher nossas redes e dá-lhes consistência para que não se rompam, é ele quem nos revela sua presença e nos enche de coragem! Recordemos dos nossos primórdios, da coragem dos santos apóstolos que se sentiam “contentes por terem sido considerados dignos de injúrias por causa do nome de Jesus”. É que eles sabiam por experiência que o Senhor estava vivo, que o Senhor caminhava com eles. Também nós, hoje, podemos escutá-lo nas Escrituras e reconhecê-lo entre nós no Pão partido da Eucaristia. É este Jesus que nos envia à pesca, é este Jesus que caminhará sempre com sua Igreja, nossa Mãe católica, até o fim dos tempos! A ele a glória e o louvor, a adoração, a riqueza e a sabedoria, a força e a honra para sempre. Amém. Dom Henrique Soares |
Há mais coisas entre o Céu e a Terra do que supõe nossa vã filosofia. [Shakespeare, William]
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